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quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Tese analisa do discurso jornalístico sobre crime violento

A doutoranda em Sociologia pela UFPE Patrícia Bandeira de Mello defende, na próxima quinta-feira (25), a tese “Histórias que a mídia conta: o discurso sobre o crime violento e o trauma cultural do medo”, realizada sob orientação do professor José Luiz de Amorim Ratton Jr. A apresentação ocorrerá às 14h, na sala de seminários da Pós-Graduação em Sociologia, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFPE (CFCH).
Resumo
O objetivo de pesquisa é estudar o discurso jornalístico acerca do crime violento como o instituto do mal que pode produzir o trauma cultural do medo compartilhado. A intenção não é abordar o crime violento como coisa-em-si, mas a representação que a imprensa faz dele em suas narrativas e as buscas por soluções que promovam a sua superação. São os sentidos circulantes, as cadeias de significação construídas na imprensa sobre as categorias crime violento, vítimas, perpetradores do mal e medo coletivo que são analisadas nas narrativas jornalísticas.
Para isso, recorre-se à análise do discurso em textos selecionados no site do Jornal do Commercio e nos blogs dos jornalistas Ricardo Noblat e Jorge Antônio Barros, hospedados no site do jornal O Globo. O corpus em O Globo foi definido entre 8 de fevereiro de 2007 a 8 de fevereiro de 2008. A data inicial foi o dia em que foi publicada a primeira notícia sobre o crime contra o menino João Hélio, no Rio de Janeiro, até um ano após o fato. No JC, o corpus inclui o mesmo período, com episódios de ação humana violenta que tenham resultado em morte.
O estudo teve como esteio teórico a sociologia cultural e a teoria do agenda-setting.
A sociologia cultural oferece conceitos sobre cultura e o seu papel na definição das ações e formas de ver o mundo pelos indivíduos. Já a teoria do agendamento permite identificar os assuntos que ingressam na pauta da imprensa, definindo que problemas sociais devem ser alçados à condição de problema público.
Dentro da perspectiva teórica da sociologia cultural, conclui-se que o discurso jornalístico tem sido fundamental para construir e sustentar o trauma cultural do medo nos indivíduos, que passam a compartilhar os dramas das vítimas e de seus familiares de forma mediada pelos meios de comunicação.

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