Comunicação é interação, diálogo

Assim definia Paulo Freire o ato mais primário do homem, presente desde os primeiros segundos de nossa vida.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Inscrições Abertas para o I Encontro de História da Mídia

Estão abertas as inscrições para o I Encontro de História da Mídia do Nordeste, que será realizado em Natal (RN ), de 13 e 14 de maio de 2010, com o tema Memória, Espaço e Mídia. O evento é promovido pela Associação Brasileira de Pesquisadores de História da Mídia – Alcar, em parceria com a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Até 14 de abril, o valor de inscrição será de R$ 120,00 para profissionais, professores, pesquisadores e outros participantes e de R$ 60,00 para estudantes (de graduação ou pós-graduação). Após essa data, o valor será de R$ 240,00 e R$ 120,00, respectivamente.

Para os participantes que se inscreverem durante o evento, o valor será de RS$ 280,00 e R$ 140,00, respectivamente. As taxas deverão ser depositadas (informações no site). Poderão inscrever-se nos Grupos Temáticos as seguintes modalidades de trabalhos: Comunicações Científicas – CC (artigos escritos por docentes, pesquisadores e/ou estudantes de pós-graduação); Iniciação Científica – IC (trabalhos produzidos por estudantes dos cursos de graduação); e Memórias de experiências ou Depoimentos de especialistas – MD (textos produzidos pelos profissionais ou empresários que atuaram como testemunhas oculares da história da mídia ou das respectivas profissões).

O envio dos trabalhos completos deverá ser feito até o dia 5 de maio de 2010. O texto deverá conter, no início, título, nome do autor, titulação ou graduação, instituição a que pertence, unidade de federação, endereço digital e Grupo Temático escolhido. Serão aceitos exclusivamente os trabalhos cujos autores comprovarem o pagamento prévio da inscrição no Congresso. Depois de preencher a ficha disponível no site do evento, enviar para o endereço eletrônico (cópia do comprovante de pagamento da inscrição para o E-mail do CCHLA) aguardando confirmação de recebimento. Os aceites serão enviados pelos coordenadores de 5 de abril a 10 de maio (no máximo).

Retirado de: http://tabuleiroproducoes.wordpress.com/2010/03/17/encontro-historia-midia/

quarta-feira, 31 de março de 2010

Manual dos Focas

Como aproveitar a faculdade além da sala de aula

Por João Porto*

Se você quer ser jornalista, nada melhor que estudar jornalismo para começar. Entretanto, a sala de aula não é o único ambiente que podemos aprender os trejeitos da profissão. Atividades fora da sala de aula são importantíssimas para a formação de um jornalista.

Palestras e cursos fora da universidade são importantes formas de absorver experiências de profissionais mais tarimbados e também fazer contatos para o futuro. Criar projetos experimentais também são interessantes. Lembro-me que nos primeiros semestres eu e outros membros do Manual dos Focas criamos um programa de rádio para a faculdade – chamava-se Chá da Tarde – tinhámos seis horas na semana para elaborar e produzir conteúdo. O programa era divertido, as vezes até mais divertido do que informativo, e serviu para começarmos a aprender que um jornalista precisa de organização para sobreviver.

Os estágios também são importantíssimos para a formação de jovens jornalistas. São através dos estágios que os estudantes começam a absorver a realidade do que eles vão enfrentar no futuro. O estágio também é interessante para você começar a traçar metas profisisonais e descobrir o que você gosta de trabalhar no amplo mercado de comunicação.

Participar de concursos também pode ser um ótimo aprendizado para a carreira. Aqueles que conseguem boas colocações em concursos promovidos por empresas de comunicação, como a CNN, podem muito bem colocar isso no currículo e aumentar suas referências. Quando estamos formados a busca são pelos prêmios, e às vezes, por processos (risos).

Durante minha estadia na Universidade explorei bastante as ações fora da sala de aula. Participei de várias palestras, inclusive de outros cursos, e tentei conhecer o máximo de pessoas possíveis para criar laços com futuras fontes. Acredito que para ser um bom jornalista é preciso sempre estar em busca de mais informação.

Informação é a principal ferramenta do jornalista, por isso, sempre deve-se buscar por novos conhecimentos.


*Editor do site Manual dos Focas que é direcionado a estudantes de jornalismo. João é um jovem reporter esportivo que atua em um jornal de Brasília.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Site disponibiliza Dicionário Bibliográfico de Comunicação com 2.000 livros catalogados.






O site www.almanaquedacomunicacao.com.br disponibiliza a partir de hoje (25/03) um dicionário bibliográfico de comunicação contendo, inicialmente, 2.000 referências de livros publicados no Brasil sobre imprensa, radio, televisão, propaganda, cinema, internet, e relações públicas, classificados em 28 temas, ou categorias. Até julho deste ano serão 3.000 referências, informa Nelson Varón Cadena, responsável pelo site, colaborador regular de várias publicações impressas e da web: Jornal Correio (*), Portal Imprensa, Revista Propaganda, Propmark e Jornal da Metrópole, dentre outros. E autor, dentre outros livros, de “Brasil. 100 Anos de Propaganda” e “450 Annos de Propaganda na Bahia”.

Segundo o autor, o Dicionário Bibliográfico de Comunicação é uma obra inédita, não há nenhum trabalho semelhante no mercado editorial brasileiro, apenas catálogos específicos de pequeno porte em alguns sites. O objetivo do Dicionário Bibliográfico Brasileiro de Comunicação é oferecer aos pesquisadores, professores e alunos universitários, informações sobre opções específicas de livros na sua área de interesse. Inclusive livros raros, muitos deles (em especial a bibliografia do século XIX) disponíveis apenas em sebos e bibliotecas e arquivos públicos.

O Site do Almanaque da Comunicação é hoje uma referência de pesquisa sobre comunicação, o maior acervo da internet brasileira sobre memória da imprensa e da propaganda, com mais de 1.800 páginas disponíveis sobre o assunto.

As categorias

Comunicação: Assessoria de imprensa, biografias e autobiografias, comunicação empresarial, comunicação institucional, dicionários e catálogos, denúncias e libelos, ensino e didática, política e poder e teorias da comunicação.

Imprensa: Artes gráficas, tecnologia e imagem, imprensa especializada, imprensa operária, alternativa e popular, história da imprensa no Brasil, história da imprensa nos estados, história da imprensa no mundo, história da imprensa/entidades e diários oficiais, ética e fundamentos, jornalismo online, legislação, censura e liberdade de imprensa.

Propaganda: História da propaganda e Técnica, conteúdos e sociedade

Rádio: História do Rádio e Técnica, conteúdos e sociedade

Televisão: História da televisão e Técnica, conteúdos e sociedade

Cinema: História, técnica, conteúdos e sociedade

Relações Públicas: Técnica, conteúdos e sociedade


terça-feira, 23 de março de 2010

CNN abre inscrições para o Concurso Universitário

Fonte: Comunique-se

A emissora americana de TV CNN está lançando o Concurso Universitário de Jornalismo com o tema “Minha cidade, minha vida”. As matérias devem ser de cunho social relacionando as pessoas com a cidade, urbanização e diferentes perspectivas da cidade. Os candidatos terão até o dia 09/07 para enviarem as suas reportagens.


O concurso CNN é aberto a estudantes regularmente matriculados nos cursos de Jornalismo. O vencedor do concurso vai receber um troféu, uma viagem de três dias para visitar as instalações da emissora em Atlanta (EUA), além de ter sua matéria exibida no canal CNN.

A faculdade que tiver o maior número de matérias enviadas e aprovadas vai receber um kit com duas filmadoras, dois rebatedores, dois microfones, um tripé Weigef e dois fones de ouvido. O material tem valor aproximado de R$ 12.000,00.

Mais informações podem ser obtidas no site www.concursocnn.com.br.

sábado, 20 de março de 2010

TV Pernambuco convida para discutir TV Pública




O Grupo de Trabalho que estuda a reformulação da TV Pernambuco convida a sociedade a debater sobre a missão de uma emissora pública de comunicação nesta terça-feira, dia 23 de março, a partir das 14h30 no Auditório do Porto Digital (antigo Bandepe), localizado na Avenida Cais do Apolo, 222, 16º Andar - Recife Antigo.
O encontro “Pra que serve uma TV Pública?” é o primeiro de uma série de três eventos preparatórios para o seminário de apresentação da proposta do GT, que será baseada nas discussões com produtores independentes, artistas e integrantes da sociedade civil. Para nortear os debates, foram convidados o jornalista Jonas Valente, integrante do Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social – e a radialista Indira Amaral, diretora da Fundação Aperipê, vinculada à emissora de tevê homônima, em Sergipe. Jonas é co-autor do livro “Sistemas Públicos de Comunicação no Mundo”, enquanto Indira faz parte da diretoria da Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas e Culturais (Abepec).
O diretor-presidente do Detelpe/TV Pernambuco Roger de Renor reitera a importância da ampla participação da sociedade, mas ressalta o objetivo deste primeiro encontro. “Não é hora de sugerir novos programas. Antes disso precisamos definir juntos o que é que vai fazer com que nossa emissora seja realmente pública. O que é que faz com que ela seja diferente das outras? É pra responder essas questões que estamos convidando esse encontro”. Após o I encontro, serão realizados outros dois. Um sobre gestão e outra sobre novas tecnologias.
Todas as discussões serão sistematizadas e agregadas às propostas do Grupo de Trabalho para a reformulação da TV Pernambuco
I Encontro preparatório da TV Pernambuco: “Pra que serve a TV Pública”
Quando: Dia 23 de março, às 14h
Onde: No Auditório do Porto Digital (antigo Bandepe), Avenida Cais do Apolo, 222, 16º Andar, no Recife Antigo

sexta-feira, 19 de março de 2010

DEFESA DE DISSERTAÇÃO - EDUCOMUNICAÇÃO


EDUCOMUNICAÇÃO RADIOFÔNICA: UMA PROPOSTA EDUCATIVA DE FORMAÇÃO DE JOVENS COMUNICADORES.

Aluno: Hainer Bezerra de Farias

Banca Examinadora:

  • Sérgio Paulino Abranches (Orientador);
  • Ismar Oliveira Soares (Exam. Externo/ECA - USP);
  • Patrícia Smith Cavalcante (Exam. Interno);
Dia 24.03.10
14:30hs.
Auditório do primeiro andar do Centro de Educação/UFPE

VI Semana de Jornalismo da Unicap começa no dia 23

Por Victor Bastos
A Universidade Católica de Pernambuco estará realizando entre os dias 23 e 25 a VI Semana de Jornalismo. Este ano, o evento terá como tema central “Jornalismo profissional, um campo com muitas possibilidades”.
Os estudantes da Unicap terão a oportunidade de participar de mesas, debates e palestras. Além disso, a VI Semana de Jornalismo estará oferecendo uma oficina de Photoshop, com 20 vagas gratuitas.
O coordenador do curso de Jornalismo da Unicap, professor Alexandre Figueirôa, explica que o tema deste ano foi escolhido para enfatizar a importância da graduação. “Com o fim da exigência do diploma, sentimos a necessidade de demonstrar que o profissional precisa de uma formação acadêmica, que existem muitas pessoas que tem o jornalismo como atividade principal”, afirmou.
Segundo Alexandre Figueirôa, a Semana de Jornalismo é o momento de reunir os alunos do curso em atividades que possam acontecer trocas de experiências e informações. “Temos que mostrar a valorização do jornalista profissional. Por isso, trazemos pessoas com grande conhecimento no mercado e na área”, ressaltou o coordenador do curso.
As mesas, palestras e debates serão realizados na sala 510 do bloco A. Já as aulas da oficina serão ministradas no Laboratório de Jogos Digitais, na sala 407 do bloco A.
Confira a programação:
23/03 (Terça-feira)
  • Oficina: Photoshop
  • Horário: 13h às 15h
  • Com professor Breno Carvalho
  • Palestra: Panorama da Comunicação Corporativa no Brasil
  • Horário: 15h às 17h
  • Palestrantes: Ana Aragão, Kennedy Michiles e Teresa Maciel (Abracom)
  • Mediador: Professor Alexandre Figueirôa
  • Palestra: Mídia e Diversidade
  • Horário: 17h às 19h
  • Palestrantes: Jota Araújo (editor chefe Bronca Pesada), Carlos Moraes (diretor redação Rádio Jornal), Daniel Vasconcelos (Blog do Jamildo), Sérgio Dionísio (apresentador Ronda Geral – TV Tribuna) e Adriano Pádua (editor do site Toda Forma de Amor)
  • Mediador: Professor Alexandre Figueirôa
  • Palestra: A Reportagem Especial no Jornalismo Impresso
  • Horário: 19h às 21h
  • Palestrantes: Fabiana Moraes (Jornal do Commercio) e Micheline Batista (Diário de Pernambuco)
  • Mediadora: Profa. Adriana Dória
24/03 (Quarta-feira)
  • Oficina: Photoshop
  • Horário: 13h às 15h
  • Com Prof. Breno Silveira
  • Palestra: Convergência Midiática em Sistemas de Comunicação Regionais – a Experiência do JC
  • Horário: 15h às 17h
  • Palestrantes: Laurindo Ferreira e Marília Banholser (Jornal do Commercio).
  • Mediador: Prof. Dario Brito
  • Palestra: Caminhos do Rádio Contemporâneo
  • Horário: 17h às 19h
  • Palestrantes: Carlos Morais (Radio Jornal), Roberto Souza (Radio Universitária) e Marize Rodrigues (Rádio Folha) e Mário Neto (Rádio JC/CBN)
  • Mediador: Prof. Vlaudimir Salvador.
  • Palestra: O Jornalista e a Pesquisa Acadêmica
  • Horário: 19h às 21h
  • Palestrantes: Sheila Borges (Jornal do Commercio), Luiz Joaquim (Folha de Pernambuco) e Lydia Barros (Diário de Pernambuco)
  • Mediadora: Profa. Fabíola Mendonça
25/03 (Quinta-feira)
  • Oficina: Photoshop
  • Horário:13h às 15h
  • Com Prof. Breno Silveira.
  • Palestra: Fotografia como Instrumento de Inclusão Social
  • Horário: 15h às 17h
  • Palestrantes: representantes do grupo Fotolibras e Geórgia Quintas
  • Mediadora: Profa. Renata Victor.
  • Palestra: Jornalismo, Assessoria e Comunicação no Setor Social
  • Horário: 17h às 19h
  • Palestrantes: Nataly Queiroz (UNIFEM) e Cirlene Menezes (Centro das Mulheres do Cabo)
  • Mediadora: Profa. Ana Veloso.
  • Palestra: A Reportagem Especial na TV
  • Horário: 19h às 21h
  • Palestrante: Daniel França (TV Jornal)
  • Mediador: Prof. Cláudio Bezerra

quinta-feira, 18 de março de 2010

segunda-feira, 15 de março de 2010

Mulheres negras debatem a mídia brasileira


O Observatório Negro promove o Seminário Mulheres Negras Nordestinas contra a Discriminação Racial na Mídia, entre os dias 18 e 21 de março de 2010, no Hotel Orange (Ilha de Itamaracá), em Pernambuco. O projeto conta com o apoio político-institucion al da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras – AMNB e do Fundo das Nações Unidas para as Mulheres – UNIFEM.

O evento tem como principal objetivo promover um processo de organização de mulheres negras do Nordeste para uma ação em rede articulada de combate à discriminação racial na mídia, além de socializar experiências e construir estratégias de como enfrentar o racismo na mídia.

O seminário faz parte de uma das três etapas que compõem o projeto Mulheres Negras pelo Direito Humano à comunicação. A primeira ação em parceria com a Cidadania Feminina e com o apoio da WACC consiste na promoção de oficinas de gênero, raça e comunicação para 30 mulheres negras de organizações de mulheres e populares e militantes negras. Além disso, no dia 10 de novembro, representantes do Observatório Negro e de outras organizações, participaram do Dia de Monitoramento da Mídia, que acontece em vários países do mundo, para observar como a mídia está mostrando a imagem da população e da mulher negra.

O relatório ainda não está constituído, mas a pesquisadora em relações de gêneros e raça do Observatório Negro e educadora em Direitos Humanos, Ciani Sueli das Neves, já adiantou que os resultados não foram favoráveis. “Além de nunca aparecerem em novelas e publicidades de maneira favorável, nos noticiários, observamos que, quando as mulheres negras aparecem, são sempre apresentadas na condição de vítimas e a população negra, de um modo geral, como ré.” Dando continuidade às oficinas de gênero, raça e comunicação, a segunda fase do projeto compreende no Seminário Mulheres Negras Nordestinas contra a Discriminação Racial na Mídia que pretende discutir o acesso à comunicação como Direito Humano e, por fim, qualificar juridicamente as trinta mulheres, para que possam analisar as ações da mídia e acessar os mecanismos jurídicos a fim de garantir a defesa dos direitos humanos da população negra.

As trinta mulheres que irão participar da segunda etapa foram selecionadas de diversas organizações em defesa da mulher do Nordeste: AKONI – Centro de Educação para a Cidadania (MA), Centro de Cultura Negra do Maranhão (MA), OMIN – Grupo de Mulheres Negras Maria do Egito (PI), AJOBI – Núcleo de Mulheres Negras Feministas e de Lésbicas Negras (BA), Associação Brasileira de TV Universitária (BA), CEAFRO (BA) – apoio da SEPROMI, Inegra – Instituto Mulher Negra (CE), Grupo Afro Cultural Coisa de Nego (PI), Associação Piauiense de Hip Hop (PI), COJIRA – Coletivo de Jornalistas Negros de Alagoas (AL), Bamidelê (PB), Kilombo (RN).

A terceira ação do projeto, apoiada pelo Fundo Elas, pretende atuar na análise e monitoramento da mídia com a construção do Centro de Orientação Jurídica da Rede Nordeste de Mulheres Negras (COMNEGRAS). O projeto apóia ainda a formação de um blog, durante um ano, para catalisar as informações da Rede.

Programação

18/03/2010

16h às 18h – Recepção, entrega de material, acomodação. 19h – Abertura do Seminário. 20h – Show Oya Alaxe 21h – Jantar

19/03/2010

8h30 – Apresentação das integrantes e compartilhamento das experiências com o combate à discriminação racial na mídia. Coordenação: Ana Paula Maravalho

10h – 1º Painel: Mulher Negra e Comunicação

Isabel Clavelin (UNIFEM) (a confirmar) , Nilza Iraci (AMNB) (a confirmar), Angela Nascimento (CNDM, Observatório Negro), Vera Femiano (Red de Mujeres Afrolatinoamericas, Caribeñas y de la Diaspora) Coordenação: Ciani Sueli das Neves

PLENÁRIA

12h30 – Almoço

14h30 – 2º Painel: Democratização racial da Comunicação:

Direito humano à comunicação (radio comunitária, TV, internet, direito de antena, produção da informação e destinatários)

Racismo na Mídia e Violência Simbólica contra as Mulheres Negras: Lúcia Silva (Instituto AMMA Psique e Negritude)

Direito à comunicação e racismo: Claudia Alexandra Silva Santos (CEAFRO/Irohin) Coordenação: Maria de Jesus Moura

16h – 3º Painel: Experiências Observatório Negro: Rebeca Duarte e Ana Paula Maravalho Caso Xuxa Caso Interlândia Caso Assolan Caso Casa Grande e Senzala em Quadrinhos Breve análise das respostas do Estado. Coordenação: Rivane Arantes

PLENÁRIA

20h – Jantar

20/03/2010

8h30 – 1º Painel: Exigibilidade do Direito Humano à Comunicação

O processo da CONFECOM e seu impacto no combate à discriminação racial na mídia

Justiciabilidade do Direito Humano à Comunicação – Rivane Arantes e Ciani Sueli das Neves Coordenação: Angela Nascimento

GT – estratégias de denúncias de violação a partir de casos fornecidos.

PLENÁRIA

12h30 – ALMOÇO

14h30 – 2º Painel: Formação da Rede de Mulheres Negras Nordestinas contra a Discriminação Racial na Mídia e instalação do Centro de Orientação Jurídica à Rede de Mulheres Negras Nordestinas contra a Discriminação Racial na Mídia – COMNEGRAS – Mércia Maria Alves e Angela Nascimento.

PLENÁRIA

19h – Roda de Diálogo: Mulher Negra, Cultura Popular e Mídia – história de resistência.

20h – Show com Lia de Itamaracá

21h – Jantar

21/03/2010

8h30 – PLENÁRIA FINAL

Síntese dos principais assuntos abordados e encaminhamentos – Mercia Maria Alves e Ana Paula Maravalho.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Ismar de Oliveira Soares em evento na UFPE



O coordenador do Núcleo de Educação e Comunicação da USP, Ismar de Oliveira Soares estará no Recife nos dias 24 e 25 deste mês. No dia 25, ele dará uma palestra sobre Educomunicação no Encontro Educação em Rede, promovido pelo Centro de Educação/UFPE.


Mais informações sobre o evento em:



quinta-feira, 4 de março de 2010

Globo é alvo de inquérito por causa de declaração de Dourado no BBB

A Procuradoria da República em São Paulo instaurou inquérito civil público para apurar a responsabilidade da Rede Globo sobre a declaração, exibida no BBB 10 no último dia 9 de fevereiro, em que o participante Marcelo Dourado insinuou que apenas homossexuais contraem o vírus da aids, de acordo com nota publicada nesta quinta-feira, 4, na coluna Outro canal, do jornal "Folha de S. Paulo".

Segundo o procurador Jefferson Dias, da regional dos direitos do cidadão, se comprovada a responsabilidade, a emissora terá que elaborar, no próprio programa, uma resposta à declaração.

Tanto o procurador quanto o infectologista Ronaldo Hallal, coordenador das diretrizes de tratamento de aids no Ministério da Saúde, afirmam que, ao contrário do que disse Pedro Bial no programa, "a Globo tem responsabilidade, pois deu voz ao participante veiculando a declaração em rede nacional".

Esta não é a primeira polêmica gerada pela declaração do brother. Além de dizer que apenas os homens gays podem se contaminar com o vírus da Aids, ele chegou a se levantar da mesa de refeições durante uma conversa entre Lia e Serginho sobre a noite GLS, atitude que gerou revolta de entidades de defesa dos homossexuais.

Retirado do yahoo.com.br

quarta-feira, 3 de março de 2010

Expoideia colaborativa

A Expoidea - Feira do Futuro, deverá acontecer em Recife - PE, em setembro
de 2010, e abriu espaço para a sociedade ajudar a construir e opinar sobre a
programação de todo o evento. A Expoidea tem três eixos - Tecnologia,
Cultura e Sustentabilidade - e pretender dar ênfase às ideias e projetos que
surgem da imersão desses segmentos. A expectativa é que sejam oferecidas
palestras de porte nacional, uma feira de patrocinadores e uma arena de
debates, a exemplo do que aconteceu na Campus Party, em São Paulo, no mês
passado.

O evento será lançado oficialmente no dia 25 de março, durante a 1ª
Conferência Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (CECTI), na UFPE, mas
a versão beta do seu portal http://expoidea.com.br já está recebendo
colaborações, então quem tiver interesse já pode acessar, registrar e
publicar tanto conteúdos (áudio, texto, vídeo, foto) quanto sugestões
diretas à programação.

Pra facilitar, seguem abaixo os espaços pensados para a feira:


1. Feira e exposição - (stands)
2. Cursos, palestras e debates - Auditórios
3. Rodada de negócios
4. Espaço Engenho e arte - Local com o intuito de oportunizar espaço e
destaque a projetos independentes
5. Arena de Robótica - Combate e competição de robótica
6. Espaço Cyber - espaço de convivência
7. Momento Expoidea - Com destaque para as grades palestras
8. Espaço Entreterimento - Games e entretenimento em geral
9. Palco - manifestações Culturais

Quem quiser entrar em contato direto com a produção do evento pode enviar
e-mail para: evento@expoidea.com.br ou eventosexpoidea@cia-eventos.com.

terça-feira, 2 de março de 2010

SPM lança prêmio relacionado à Lei Maria da Penha


A Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres (SPM), da Presidência da República, lançou o “Prêmio Boas Práticas na Aplicação, Divulgação ou Implementação da Lei Maria da Penha”. O prêmio será concedido às pessoas físicas ou jurídicas indicadas por terceiros, cujos trabalhos ou ações merecem especial destaque no enfrentamento à violência doméstica e familiar contra a mulher.
As indicações para o Prêmio estão abertas e podem ser feitas por meio do endereço eletrônicopremioboaspraticasl mp@spmulheres. gov.br, até o próximo dia 8. Os vencedores serão conhecidos em agosto, durante o 4º aniversário da Lei Maria da Penha. Aos escolhidos serão concedidos diploma e trabalho artístico e os demais estarão em publicação com iniciativas selecionadas para dar-lhes visibilidade em toda a sociedade.
Qualquer um pode participar. Basta apontar alguma forma de aplicação da lei que é de seu conhecimento, nos âmbitos dos sistemas de justiça e de segurança pública, nos executivos estadual ou municipal, na sociedade civil e nas instituições acadêmicas. As categorias para premiação são: Implantação de programas e políticas; Criação e implementação de serviços; Idealização ou realização de campanhas; Realização de estudos e pesquisas; e Realização de matérias jornalísticas.
Mais informações Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres Presidência da República (61) 3411.4297/4211
ASCOM UFPE

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Luta contra o estigma

Retirado de: REVISTA EDUCAÇÃO - EDIÇÃO 154
http://revistaeducacao.uol.com.br/textos.asp?codigo=12846

Alunos provenientes de famílias de baixa renda têm de superar uma difícil barreira social: aquela que os coloca como destinados ao fracasso escolar
Por Rachel Cardoso

Jéssica Unias de Lima, de 16 anos, sempre penou para tirar boas notas em matemática, disciplina em que tinha mais dificuldade de aprender novos conteúdos. A deficiência foi superada com as aulas de reforço ministradas nos finais de semana na escola pública em que estuda. A estudante também criou o hábito de buscar ajuda fora da sala de aula, entre professores, amigos mais instruídos e até mesmo vizinhos. Atitudes simples, mas que exigiram de Jéssica uma mobilização maior do que a convencional - ela cuidava de dois irmãos menores para que a mãe pudesse trabalhar. A faxineira Marinês Unias de Lima, de 35 anos, é arrimo de família e hoje se orgulha de ver a filha recém-colocada num estágio da Suzano Papel e Celulose. Para ingressar na empresa, Jéssica passou por um processo seletivo que exigiu conhecimentos em exatas. "Eu levava os meninos para a biblioteca comigo e explicava a eles a importância de aprender", conta Marinês. "Embora não estivesse presente no dia a dia, minha mãe sempre me incentivou ao proporcionar as condições para ter acesso ao material necessário e realizar os trabalhos escolares", relata a filha.

Casos como o de Jéssica - que venceu as sequelas da baixa escolaridade da família e quebrou o ciclo de miséria provocado pela falta de acesso à formação e à informação - contrariam a tendência majoritária de ambientes marcados pelas carências culturais, alimentares e linguísticas estarem intimamente ligados ao fracasso escolar. "Trata-se de uma explicação cômoda e preconceituosa", diz a pedagoga Silvia Colello, professora de psicologia da educação da Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. "É como se chegasse um paciente portador de HIV a um pronto-socorro e o médico deixasse de atendê-lo devido às suas condições", compara.

Mas estatísticas de diferentes instituições como Fundação Getulio Vargas, Ibmec Rio de Janeiro e Universidade de São Paulo apontam para uma tendência cruel: filhos de pais analfabetos têm apenas 1% de chance de se graduar. Entre os filhos de pais com ensino superior completo, 60% concluem a universidade. No outro extremo, 34% dos filhos de analfabetos não chegam a aprender a ler e a escrever. "É preciso criatividade para superar essa desigualdade", avalia Silvia. "Quem nasce em ambiente letrado está condenado a aprender e com maior facilidade por conta das experiên cias vividas, que são pedagógicas."

Para a professora, a educação é um processo que exige um conjunto diversificado de saberes e é papel da escola oferecê-lo a quem não tem oportunidade dentro de casa. Nesse sentido, aponta como estratégias decisivas a aproximação entre corpo docente das escolas e representantes das famílias, a formação continuada dos professores e a promoção de atitudes que sensibilizem os alunos para o conhecimento. "Com o ensino sucateado e os professores despreparados, muitos encontram em canais alternativos a diversidade necessária para crescer", diz.

É a impossibilidade de encontrar em casa e na escola referências de pessoas com um bom acúmulo de capital cultural que induz à busca em outras instâncias, como ONGs, agremiações e até igrejas. É o caso do administrador de empresas Thiago da Conceição de Paula, de 24 anos, que buscou o trabalho voluntário da comunidade. "Quando concluí o ensino médio, não tinha condições financeiras e nem aprendizado suficiente para ingressar numa universidade e isso me frustrou muito", conta. Sem enxergar muitas saídas, desistiu da graduação naquela ocasião. Quando ingressou, como multiplicador, no projeto Educomunicação, sentiu que alguma mudança aconteceria. Iniciativa da Universidade de São Paulo (USP), o objetivo principal do Educomunicação é o crescimento da auto estima e da capacidade de expressão das pessoas. "Percebi que cabia a mim mudar a história da minha família e fui atrás de bolsas de estudo", recorda-se.

Reação em cadeia
O passo dado por Thiago afetou a esposa, Maristela Mendes de Paula, 21 anos, hoje aluna do 4º ano de administração da Universidade Zumbi dos Palmares. Na época em que prestaria vestibular, Maristela não tinha tempo para estudar, já que trabalhava. Perdeu as contas de quantas vezes trocou o almoço por um sanduíche deglutido sobre os livros. O empenho da filha levou Maria Eunice Mendes Bertalha a despertar. "Passei do sermão à prática", diz a dona de casa, que retomou os estudos para concluir o ensino médio e, aos 44 anos, se formou em matemática. "Tive mais condições de orientá-la porque me abri para um novo mundo", conta. Hoje, ela leciona para um grupo do supletivo. Agora, quando está em sala de aula, prega que a persistência é fundamental. "O conhecimento é a única coisa definitiva na vida", destaca a professora, que persegue o sonho de cursar a segunda faculdade, a de licenciatura em física.

Mudança gradual
É visível que nas duas últimas décadas a população de baixa renda avançou em indicadores como poder de consumo e acesso à educação. Em números absolutos, a classe C já representa o maior número de alunos em colégios privados, segundo o Data Popular, especializado nos públicos C, D e E. "O percentual de filhos que estuda mais que os pais chega a 68% nessa faixa, para a qual a internet, a televisão e enciclopédia em fascículos são os principais condutores de informações", diz o sócio-diretor da consultoria, Renato Meirelles. "Colocar as crianças na escola passou a ser melhor negócio para essas famílias, que entenderam a educação como agente para sua ascensão."

Em sua dissertação de mestrado, escrita no Departamento de Educação da PUC de Minas Gerais, Adriana Alves Pereira foi além. O trabalho, orientado pela professora Leila de Alvarenga Mafra, membro do Grupo de Estudos e Pesquisa sobre a Profissão Docente, revela que muito desse sucesso pode ser explicado com a mobilização dos alunos em relação ao que a escola mostra ser possível alcançar. Com uma meta educacional como passar de ano, no vestibular ou estudar em determinada escola, fica mais fácil enfrentar os problemas e buscar alternativas. "Pouco adiantam as estratégias educativas que a família cria para favorecer a escolarização de uma criança se ela própria não se envolver, não se motivar na condução desse processo", avalia Leila.

Questão multifatorial
O estudo, cujo nome é "Sucesso escolar de alunos dos meios populares: mobilização pessoal e estratégias familiares", disseca o cotidiano de seis diferentes alunos de famílias de baixa renda que ingressaram no concorrido Colégio Técnico da Universidade Federal de Minas Gerais. Na conclusão do texto, destaca-se a diversidade de fatores que atuam ou contribuem para aumentar ou dificultar as chances de sucesso escolar. Processo esse entendido como sair-se bem na escola, ou participar, com sucesso, do jogo escolar, algo que envolve várias dimensões: intelectual, cultural, social, moral e relacional. "As pesquisas mostram semelhanças nos processos de superação das dificuldades escolares dos alunos dos meios populares, mas também, que são criadas estratégias singulares, individuais, pessoais."

As fontes de apoio são amplas e variadas. Quanto maior o capital cultural incorporado antes do ingresso à escola fundamental e ao longo da escolarização, maiores as chances de se obter êxito. "Não existe uma fórmula mágica e nem uma relação direta entre esses fatos, mas uma tendência estatisticamente avaliada em vários países, inclusive no Brasil", observa Leila.

Tanto Leila quanto Silvia acreditam que há um processo educativo que ocorre pela simples participação ou acesso aos mais diferentes meios, como viagens, práticas culturais, leituras de revista, jornais, livros diversos, acesso a bibliotecas, ao computador, a teatro, cinema, e diferentes formas de lazer, grupos de estudo fora da escola e apoio de colegas e amigos, entre outros. Por isso, é importante conhecer o histórico de vida das crianças: não se pode esperar uma sensibilidade homogênea para o aprendizado.

Há ainda outro obstáculo a ser superado: o analfabetismo de resistência, problema pouco debatido que não escolhe classe social. Trata-se de um bloqueio bem exemplificado pelo caso de um aluno que se fechou ao aprendizado por causa da postura do pai, um alto executivo que ligava diariamente do exterior com a seguinte mensagem: "Aprenda logo a ler e a escrever para a gente se comunicar por e-mail". Esse aprender significava para o garoto deixar de falar pessoalmente com o pai para se comunicar usando o computador. Reverter algo assim requer sensibilidade do educador.

A escola faz a diferença

O Brasil ainda tem 14,2 milhões de analfabetos com 15 anos ou mais, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), do IBGE. Destes, 95% têm 25 anos ou mais. Ou seja, 13,5 milhões de brasileiros não sabem ler ou escrever um simples bilhete.

A coisa fica mais crítica pelos números do Indicador de Analfabetismo Funcional (Inaf). Realizado desde 2001, o Inaf contempla quatro níveis de alfabetismo: analfabetos absolutos, alfabetismo rudimentar, alfabetismo básico e alfabetismo pleno, sendo considerados analfabetos funcionais as pessoas que se encontram nos dois primeiros níveis. Em sua última edição, em 2007, o indicador revelava que, entre a população brasileira de 15 a 64 anos, mais de 30% eram analfabetos funcionais. Desde o início deste século, o nível de alfabetização competente não sobe.

Para a professora Inês Kisil Miskalo, coordenadora do Programa de Educação Formal do Instituto Ayrton Senna, enfrentar o analfabetismo não é estritamente uma questão de políticas educacionais, mas de políticas multissetoriais. "Também é preciso resgatar os papéis", diz. "A relação da criança com o estudo vem do valor que a família dá à educação, mas a escola precisa promover o envolvimento dos pais no processo e fortalecer a posição da família", explica.

Portanto, a educação precisa ser entendida como um processo de condução. A escola precisa se abrir para a comunidade, e, a partir do que o aluno já conhece, ampará-lo no caminho para que ele chegue ao ponto em que precisa chegar.

A análise está em linha com o pensamento do professor Célio Cunha, consultor em Educação da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). "A escola é, sim, a responsável pelo encaminhamento do aluno quando as famílias não têm como orientá-los", diz. "Os pais lutaram para colocar seus filhos na escola, uma instituição na qual acreditam, e agora é preciso um retorno da infraestrutura docente, uma estratégia que demanda uma reformulação das políticas de financiamento e de gestão."

Muitas vezes, alerta Cunha, esse professor que atribui toda a responsabilidade do desempenho do aluno à sua família saiu de um meio igualmente precário: são filhos dos pais de baixa renda e perpetuam todos os estigmas. "É preciso valorizar mais a formação do que o diploma."

Em meados de 1880, Rui Barbosa defendia essas mesmas ideias. Acreditava que o método de valorização do indivíduo em seu processo de aprendizagem, assim como a formação reflexiva do aluno e não somente o desenvolvimento de sua habilidade de memória, democratizaria a educação. A instrução das classes populares garantiria o desenvolvimento social e alçaria o Brasil ao grupo dos países desenvolvidos na época. O país ainda não chegou lá. Mas é inegável que nunca procurou tanto os meios para isso como agora.

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Jogos de computador podem ensinar lições às escolas



Muitos pais acreditam que videogames atrapalham seus filhos no cumprimento das tarefas escolares em casa. Alguns especialistas, porém, afirmam que certos jogos de computador representam ótimos ambientes de aprendizagem, e que, se escolas adotassem algumas das estratégias dos games, poderiam educar as crianças de forma mais eficaz.

"Videogames comerciais, desses que fazem um monte de dinheiro, nada mais são do que espaços para resolução de problemas", diz James Paul Gee, catedrático em estudos literários da faculdade de educação da Universidade do Arizona, nos EUA. Ele foi um dos primeiros estudiosos a analisar o potencial educativo dos jogos de vídeo.

Gee diz que videogames otimizam o aprendizado de várias maneiras. Em primeiro lugar, eles fornecem informações à medida do necessário, em vez de uma só vez no início. No sistema educacional convencional, quando vai ensinar uma matéria, o professor em geral despeja uma grande quantidade de informações e só depois ele permite ao aluno experimentar ele mesmo com as noções básicas do tema.

Já os jogos ensinam de outra maneira. Eles levam o usuário a desempenhar várias tarefas e superar um número de desafios e adversidades, e, na medida do necessário e ao longo da seqüência, vão fornecendo as informações ao jogador aos poucos. Jogos também provêm um ambiente que Gee chama de “agradavelmente frustrante”. Eles são um desafio, mas que pode ser vencido, constituindo um estado muito motivador para os seres humanos, uma situação às vezes denominada “estado de fluir”.

Além disso, muitos desenvolvedores de jogos encorajam os jogadores a modificar os seus produtos através da prática chamada “modding”. Os desenvolvedores compartilham o software e incentivam os jogadores a criar novos níveis ou cenários. Assim, se um aluno tiver que desenvolver um jogo, ou parte de um jogo, ele terá uma compreensão completa desse jogo por intermédio de seu sistema de regras. E se esse aluno tiver que modificar um jogo já operacional, também precisará ter um conhecimento bem profundo das regras.

Gee recorda que avaliação é um tema controverso na educação hoje. Em geral, o processo de avaliação se dá por meio de testes padronizados. Entretanto, nos jogos, aprendizagem e avaliação são bem casados. O jogo dá retorno constante de informações e recolhe dados sobre o desempenho dos jogadores.

Por exemplo, o jogo online multiplayer World of Warcraft, com 15 milhões de jogadores ao redor do mundo, é completamente padronizado. A empresa que o criou recolheu quantidades incríveis de informação sobre os jogadores e trata essa massa de dados de maneira puramente estatística. Gee acrescenta que a integrar avaliação e aprendizagem é menos caro do que apoiar uma indústria de provas escolares em separado.

Essa ideia de que educadores podem aprender com a indústria de jogos está se popularizando cada vez mais. Por exemplo, em novembro de 2009, o presidente americano, Barack Obama, anunciou uma campanha para melhorar ciência, tecnologia, engenharia e educação matemática nos EUA. Como parte da campanha, a Fundação MacArthur e várias empresas de tecnologia lançaram uma competição para desenvolver jogos para o ensino de ciências e matemática.

Mas os professores não precisam usar os jogos de computador propriamente ditos para aproveitar seus conceitos. Eles podem incorporar os princípios educacionais dos videogames criando situações que Gee chama de “ambientes de aprendizagem situada”, bolhas de absorção de informações inseridas em um espaço de resolução de problemas.

Em 2004, Gee escreveu um dos primeiros livros sobre como os jogos usam bons princípios de aprendizagem: What Video Games Have to Teach Us about Learning and Literacy (O que os videogames têm a nos ensinar sobre aprendizado e alfabetização). E agora, em maio de 2010, ele lançará uma nova obra: Women as Gamers: The Sims and 21st Century Learning (Mulheres como jogadoras: The Sims e o aprendizado no século 21).

Da Agência O Globo


quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Tese analisa do discurso jornalístico sobre crime violento

A doutoranda em Sociologia pela UFPE Patrícia Bandeira de Mello defende, na próxima quinta-feira (25), a tese “Histórias que a mídia conta: o discurso sobre o crime violento e o trauma cultural do medo”, realizada sob orientação do professor José Luiz de Amorim Ratton Jr. A apresentação ocorrerá às 14h, na sala de seminários da Pós-Graduação em Sociologia, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFPE (CFCH).
Resumo
O objetivo de pesquisa é estudar o discurso jornalístico acerca do crime violento como o instituto do mal que pode produzir o trauma cultural do medo compartilhado. A intenção não é abordar o crime violento como coisa-em-si, mas a representação que a imprensa faz dele em suas narrativas e as buscas por soluções que promovam a sua superação. São os sentidos circulantes, as cadeias de significação construídas na imprensa sobre as categorias crime violento, vítimas, perpetradores do mal e medo coletivo que são analisadas nas narrativas jornalísticas.
Para isso, recorre-se à análise do discurso em textos selecionados no site do Jornal do Commercio e nos blogs dos jornalistas Ricardo Noblat e Jorge Antônio Barros, hospedados no site do jornal O Globo. O corpus em O Globo foi definido entre 8 de fevereiro de 2007 a 8 de fevereiro de 2008. A data inicial foi o dia em que foi publicada a primeira notícia sobre o crime contra o menino João Hélio, no Rio de Janeiro, até um ano após o fato. No JC, o corpus inclui o mesmo período, com episódios de ação humana violenta que tenham resultado em morte.
O estudo teve como esteio teórico a sociologia cultural e a teoria do agenda-setting.
A sociologia cultural oferece conceitos sobre cultura e o seu papel na definição das ações e formas de ver o mundo pelos indivíduos. Já a teoria do agendamento permite identificar os assuntos que ingressam na pauta da imprensa, definindo que problemas sociais devem ser alçados à condição de problema público.
Dentro da perspectiva teórica da sociologia cultural, conclui-se que o discurso jornalístico tem sido fundamental para construir e sustentar o trauma cultural do medo nos indivíduos, que passam a compartilhar os dramas das vítimas e de seus familiares de forma mediada pelos meios de comunicação.