Comunicação é interação, diálogo

Assim definia Paulo Freire o ato mais primário do homem, presente desde os primeiros segundos de nossa vida.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Mulheres negras debatem a mídia brasileira


O Observatório Negro promove o Seminário Mulheres Negras Nordestinas contra a Discriminação Racial na Mídia, entre os dias 18 e 21 de março de 2010, no Hotel Orange (Ilha de Itamaracá), em Pernambuco. O projeto conta com o apoio político-institucion al da Articulação de Mulheres Negras Brasileiras – AMNB e do Fundo das Nações Unidas para as Mulheres – UNIFEM.

O evento tem como principal objetivo promover um processo de organização de mulheres negras do Nordeste para uma ação em rede articulada de combate à discriminação racial na mídia, além de socializar experiências e construir estratégias de como enfrentar o racismo na mídia.

O seminário faz parte de uma das três etapas que compõem o projeto Mulheres Negras pelo Direito Humano à comunicação. A primeira ação em parceria com a Cidadania Feminina e com o apoio da WACC consiste na promoção de oficinas de gênero, raça e comunicação para 30 mulheres negras de organizações de mulheres e populares e militantes negras. Além disso, no dia 10 de novembro, representantes do Observatório Negro e de outras organizações, participaram do Dia de Monitoramento da Mídia, que acontece em vários países do mundo, para observar como a mídia está mostrando a imagem da população e da mulher negra.

O relatório ainda não está constituído, mas a pesquisadora em relações de gêneros e raça do Observatório Negro e educadora em Direitos Humanos, Ciani Sueli das Neves, já adiantou que os resultados não foram favoráveis. “Além de nunca aparecerem em novelas e publicidades de maneira favorável, nos noticiários, observamos que, quando as mulheres negras aparecem, são sempre apresentadas na condição de vítimas e a população negra, de um modo geral, como ré.” Dando continuidade às oficinas de gênero, raça e comunicação, a segunda fase do projeto compreende no Seminário Mulheres Negras Nordestinas contra a Discriminação Racial na Mídia que pretende discutir o acesso à comunicação como Direito Humano e, por fim, qualificar juridicamente as trinta mulheres, para que possam analisar as ações da mídia e acessar os mecanismos jurídicos a fim de garantir a defesa dos direitos humanos da população negra.

As trinta mulheres que irão participar da segunda etapa foram selecionadas de diversas organizações em defesa da mulher do Nordeste: AKONI – Centro de Educação para a Cidadania (MA), Centro de Cultura Negra do Maranhão (MA), OMIN – Grupo de Mulheres Negras Maria do Egito (PI), AJOBI – Núcleo de Mulheres Negras Feministas e de Lésbicas Negras (BA), Associação Brasileira de TV Universitária (BA), CEAFRO (BA) – apoio da SEPROMI, Inegra – Instituto Mulher Negra (CE), Grupo Afro Cultural Coisa de Nego (PI), Associação Piauiense de Hip Hop (PI), COJIRA – Coletivo de Jornalistas Negros de Alagoas (AL), Bamidelê (PB), Kilombo (RN).

A terceira ação do projeto, apoiada pelo Fundo Elas, pretende atuar na análise e monitoramento da mídia com a construção do Centro de Orientação Jurídica da Rede Nordeste de Mulheres Negras (COMNEGRAS). O projeto apóia ainda a formação de um blog, durante um ano, para catalisar as informações da Rede.

Programação

18/03/2010

16h às 18h – Recepção, entrega de material, acomodação. 19h – Abertura do Seminário. 20h – Show Oya Alaxe 21h – Jantar

19/03/2010

8h30 – Apresentação das integrantes e compartilhamento das experiências com o combate à discriminação racial na mídia. Coordenação: Ana Paula Maravalho

10h – 1º Painel: Mulher Negra e Comunicação

Isabel Clavelin (UNIFEM) (a confirmar) , Nilza Iraci (AMNB) (a confirmar), Angela Nascimento (CNDM, Observatório Negro), Vera Femiano (Red de Mujeres Afrolatinoamericas, Caribeñas y de la Diaspora) Coordenação: Ciani Sueli das Neves

PLENÁRIA

12h30 – Almoço

14h30 – 2º Painel: Democratização racial da Comunicação:

Direito humano à comunicação (radio comunitária, TV, internet, direito de antena, produção da informação e destinatários)

Racismo na Mídia e Violência Simbólica contra as Mulheres Negras: Lúcia Silva (Instituto AMMA Psique e Negritude)

Direito à comunicação e racismo: Claudia Alexandra Silva Santos (CEAFRO/Irohin) Coordenação: Maria de Jesus Moura

16h – 3º Painel: Experiências Observatório Negro: Rebeca Duarte e Ana Paula Maravalho Caso Xuxa Caso Interlândia Caso Assolan Caso Casa Grande e Senzala em Quadrinhos Breve análise das respostas do Estado. Coordenação: Rivane Arantes

PLENÁRIA

20h – Jantar

20/03/2010

8h30 – 1º Painel: Exigibilidade do Direito Humano à Comunicação

O processo da CONFECOM e seu impacto no combate à discriminação racial na mídia

Justiciabilidade do Direito Humano à Comunicação – Rivane Arantes e Ciani Sueli das Neves Coordenação: Angela Nascimento

GT – estratégias de denúncias de violação a partir de casos fornecidos.

PLENÁRIA

12h30 – ALMOÇO

14h30 – 2º Painel: Formação da Rede de Mulheres Negras Nordestinas contra a Discriminação Racial na Mídia e instalação do Centro de Orientação Jurídica à Rede de Mulheres Negras Nordestinas contra a Discriminação Racial na Mídia – COMNEGRAS – Mércia Maria Alves e Angela Nascimento.

PLENÁRIA

19h – Roda de Diálogo: Mulher Negra, Cultura Popular e Mídia – história de resistência.

20h – Show com Lia de Itamaracá

21h – Jantar

21/03/2010

8h30 – PLENÁRIA FINAL

Síntese dos principais assuntos abordados e encaminhamentos – Mercia Maria Alves e Ana Paula Maravalho.

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